Pode começar a pensar. Vai dizer que em algumas situações você não gostaria de ser uma mosquinha para saber o que se passa em certos ambientes ou com certas pessoas? Ou simplesmente gostaria de sumir! O sonho de ser invisível é, sim, um dos maiores desejos humanos. A sensação mais doce ou mais perversa de poder.
Quem muitas vezes não desejou ser invisível para dar uma espiadinha sem ser visto?
Nada de cientista maluco e coisa de cinema. Desta vez é sério e não é a primeira vez que a ciência consegue suplantar coisas antes imaginadas apenas pela literatura e a Sétima Arte.
Desde que o britânico H.G. Wells (1866-1946) escreveu “O Homem Invisível”, transformado em filme pela primeira vez em 1933, a ciência deve ter sido impulsionada na busca da resposta para este desejo humano, a invisibilidade.
Mas cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, anunciaram que estão perto de criar um material que permite que objetos tridimensionais fiquem “invisíveis”. A tão sonhada capa de invisibilidade pode estar a caminho.
Os resultados alcançados cientista Xiang Zhang serão publicadas nesta semana nas revistas especializadas Nature e Science.
Na verdade estes pesquisadores criaram dois materiais, ou meta-materiais, que não existem normalmente na natureza, e atuam revertendo a direção da luz em torno do objeto. Como tudo o que vemos vem da reflexão da luz, estas estruturas artificiais fazem com que a luz “se dobre” alterando suas propriedades óticas.
A explicação mais simples vem dos próprios cientistas: “funciona como água passando em torno de pedras”.
Os meta-materiais têm estrutura nano, ou seja são medidos em bilionésimos de metro, e têm propriedade de “refração negativa”. A refração é a passagem da luz por um objeto ou meio que altera a velocidade da luz, e em materiais naturais é sempre positiva. Lembre-se do exemplo da passagem da luz do ar para a água: aparentemente o peixe nunca está onde o índio atira a flecha.
Aliás , um dos meta-materiais é feito de metais e tem a estrutura semelhante a uma rede de pesca colocadas em várias camadas. Ele se torna transparente numa ampla gama de comprimentos de onda luminosa e reverte a direção da luz.
O segundo meta-material usa minúsculos fios de prata dentro de óxido de alumínio poroso, colocados a uma distância mínima um do outro.
Por enquanto, o princípio deverá ser aplicado em lentes microscópicas. O problema é o que pode vir depois. O estudo patrocinado pelo governo americano pode um dia ter seu resultado aplicado em operações militares, fazendo com que, por exemplo, tanques desapareçam como pó na frente do inimigo. Depende da imaginação humana e da vontade de usar este conhecimento para o bem ou para o mal.
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