Pesquisa mostra que cérebro de mentiroso frequente não tem diferenças daquele que conta a verdade
por New ScientistShutterstock
Nosso cérebro é naturalmente melhor em dizer a verdade do que contar mentiras porque temos uma predisposição para não mentir. Mas uma pesquisa da Universidade de Ghent, na Bélgica, mostra que, ao repetir as mentiras, conseguimos vencer nossa tendência de dizer a verdade e tornamos as mentiras posteriores mais imperceptíveis.
Estudos de neuroimagem mostraram que o cérebro tem mais atividade quando estamos mentido. Esse movimento acontece especialmente no córtex pré-frontal, sugerindo que mentir exige mais controle e inibição da predisposição de contar a verdade. Inventar histórias também leva mais tempo do que dizer a verdade.
Os pesquisadores entrevistaram voluntários para saber se a dominância da resposta verdadeira poderia ser mudada no cérebro. Eles descobriram que, com o tempo, os voluntários que mentiram mais vezes acabaram eliminando a diferença no tempo de resposta entre verdade e mentira e estabilizaram sua atividade cerebral como a de quem não mentiu. Em mentirosos patológicos essa dominância da resposta verdadeira pode não ser tão forte quanto na média das pessoas.
Os resultados sugerem que um eventual detector de mentiras pode não identificar um mentiroso habituado a inventar histórias, assim como os psicopatas. E esse tipo de aparelho é geralmente usado em pessoas suspeitas de cometer crimes – que apresentam taxas mais altas de características psicopatas, incluindo a desonestidade patológica, do que pessoas comuns.
Uma alternativa, proposta pelos pesquisadores para melhorar a precisão dos detectores de mentira é “aquecer” o cérebro do entrevistado com perguntas simples para que ele responda a verdade, fortalecendo a dominância da resposta verdadeira, evitando a repetição de mentiras.
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